"Vamos falar sobre o áudio. Assim como você e o resto do planeta, desde domingo eu passei todo e qualquer momento escutando o 'Chinese Democracy'. Recentemente eu comprei uma nova vitrola, em parte por ela ter um cabo USB para você fazer MP3 de seus álbuns. Engraçado, eu ainda não fiz nenhum MP3 desde que eu a comprei. O fato é que qualquer ouvido pode perceber que esses álbuns soam mais ricos, claros e mais naturais que as MP3 e até mesmo que CDs comuns. Assim que comecei a ouvir meus LPs novamente, a única utilidade que encontrei para as MP3 foi a sua portabilidade. É definitivamente maneiro carregar toda sua coleção por aí no seu bolso, mas por mais longe que o som vá, o analógico acaba com o digital, não há o que contestar.
O que me leva até o 'Chinese Democracy'. Peguei o meu álbum duplo em vinil de 180 gramas e também o CD para ouvir no carro. Esse é o primeiro álbum novo que eu compro em mais de 15, possivelmente 20 anos. Tudo o que posso dizer é, nós fãs de música perdemos muito com a chamada (prematura? eu espero) aposentadoria do LP. Assim que eu corri minha unha pela lateral, separando o celofane, e abri o encarte, eu sabia que teria uma experiência rock'n'roll completa com esse LP. Eu puxei o Disco 1 e fiquei imediatamente pasmo com o quão 'pesado' aquele vinil é. Era como a cópia original de 'Led Zeppelin 2' do meu pai. Não frágil e leve como o que se transformou o vinil no final da década de oitenta. 'Chinese Democracy' é um disco pesado, grosso. Mal podia esperar para rodá-lo.
Meu sistema de som consiste em um toca-discos 'Ion' ligado à um amplificador Pioneer VSX-52, interligado com um equalizador AudioControl C-101, com poweramps da Adcom. Minhas caixas de som são JBL Control 10's com um sub-woofer Velodyne em um piso de madeira. Sim, eu posso literalmente fazer minha casa tremer se eu quiser, e sim, as luzes chegam a piscar por um segundo quando eu ligo tudo isso. Eu curto isso. Em resumo, é do caralho.
Assim que eu coloquei a agulha em 'Chinese Democracy', fui cativado pelo som desse disco, o talento, o trabalho e o cuidado colocados nessa obra, por parte de todos os envolvidos. A força, clareza, separação e produção dessas músicas não é nada menos que incrível. Por mais alto que esteja, eu ainda consigo ouvir os vocais, guitarras e tudo mais perfeitamente claro, com o baixo chacoalhando as minhas entranhas (e mais abaixo) como deveria. Quando Axl entra na frase 'even with an iron fist' na primeira música, o sangue em minhas veias começa a ferver e a intensidade não diminui até o final do Disco 4. O que eu ouço nesse disco é inacreditavelmente passional, 100% do coração e alma de Axl para todos nós ouvirmos.
Quando ele canta uma música como 'Street Of Dreams' é como se fosse o melhor de Janis Joplin, com um pouco de 'Melody Is King' de Quincy Jones trabalhando para um efeito completo. As melodias nesse álbum me arrancam o coração. Ouvi-las cantadas pelo lindo/mortal instrumento que é a voz de Axl, é algo que, para mim é realmente especial, sem mencionar que é muito bom poder estar apto a me sentir atordoado quando eu quiser. Quatro vezes por dia até agora, mas quem conta?! Eu não consigo parar de ouvir esse álbum. 'Scraped', 'Riad N' The Bedouins', 'Street Of Dreams', 'IRS', toda vez que eu ouço eu tenho uma nova favorita. Brain, Bumblefoot, Robin Finck, todos no disco dão tudo de si; a produção é estelar, eu ainda não cheguei nas letras, ainda estou muito abalado pela sonoridade para falar disso... ainda! O álbum é, acima de tudo: Original. Sentimental. Descompromissado. Quantos discos você pode descrever honestamente dessa forma hoje?
É diferente de tudo o que eu já ouvi. E eu mal posso esperar para ouvi-lo de novo. O que, para mim, é a definição do excelente rock'n'roll de verdade".
Com menos de 3kg de maconha alguem consegue falar isso ai?
Fonte: Whiplash
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